Colunistas | 14/05/2025 | Atualizado em: 14/05/25 ás 14:20

Jaraguá do Sul celebra os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial

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Fotos: Divulgação

No dia 10 de maio de 2025, Jaraguá do Sul vivenciou um momento de grande significado cívico e emocional ao celebrar os 80 anos da vitória dos Aliados na Europa, marcando o fim da Segunda Guerra Mundial. A solenidade, realizada no Monumento ao Expedicionário, no Centro Histórico da cidade, foi uma homenagem repleta de respeito e gratidão aos heróis brasileiros que, com coragem e determinação, participaram da luta pela liberdade e pela paz mundial.

A importância da data para a memória coletiva

Esta data, que eterniza o sacrifício e a bravura dos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB), é um marco não apenas na história militar do Brasil, mas também na memória coletiva da cidade, que preserva com orgulho o legado daqueles que deram suas vidas pelo bem maior da humanidade.

Solenidade reúne autoridades e comunidade

A Solenidade Cívica em comemoração aos 80 anos do Dia da Vitória dos Aliados na Europa foi realizada no Monumento ao Expedicionário, na Praça do Expedicionário – antigo Largo Tenente Leonidas Herbster, no Centro Histórico de Jaraguá do Sul. O evento foi promovido pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e do Museu da Paz, em parceria com a Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira (ANVFEB) – Seção de Jaraguá do Sul – e com a Associação dos Amigos do Museu da Paz (AAMPAZ).

Homenagem aos heróis da região do Vale do Itapocu

A cerimônia teve início às 10 horas, conduzida pelo comunicador social Sérgio Luiz, e contou com a presença de autoridades civis e militares, representantes de entidades culturais, familiares de ex-combatentes e a comunidade. O cerimonial relembrou a importância histórica do Dia da Vitória, celebrado originalmente em 8 de maio de 1945, quando a Alemanha nazista se rendeu incondicionalmente às Forças Aliadas.

Foi destacada a participação do Brasil, especialmente por meio da FEB, que enviou mais de 25 mil combatentes ao front italiano. Dentre eles, 97 pracinhas eram oriundos da microrregião do Vale do Itapocu, e cinco perderam a vida em combate: Antônio Carlos Ferreira, Gumercindo da Silva, Harry Hadlich, João Zapella e Arthur Scheibel (este último serviu na Marinha dos Estados Unidos). Os familiares foram chamados publicamente para prestar homenagem diante do monumento.

Ato cívico com hasteamento das bandeiras e execução de hinos

Na sequência, foram hasteadas as bandeiras do Brasil, de Santa Catarina, de Jaraguá do Sul e da ANVFEB, respectivamente pelo 1º Tenente Pimentel (regente da Banda Militar do 62º Batalhão de Infantaria de ville), pelo Major PM Gustavo Córdova (do 14º BPM), pelo vice-prefeito João Pereira e por Ivo Kretzer. O Hino Nacional foi executado pela Banda do 62º BI, com interpretação vocal de Ana Isabel de Souza, do Programa Bolsa Cultural. Em seguida, ela também interpretou o Hino de Jaraguá do Sul.

Primeira cerimônia sem a presença de ex-combatentes locais

Neste ano, a cerimônia teve um tom ainda mais comovente, por ser a primeira sem a presença física de ex-combatentes locais. O último pracinha jaraguaense vivo, Sr. Walter Carlos Hertel, faleceu em 2 de maio de 2024, aos 101 anos. Walter foi figura ativa em eventos cívicos e lançou, aos 100 anos, sua autobiografia Diário da Segunda Guerra Mundial, onde narra sua atuação como mensageiro e intérprete da FEB na Itália.

Em honra a todos os pracinhas já falecidos, foi executado o tradicional “Toque de Silêncio” pelo Subtenente Mike, do 62º BI. Em seguida, o Pastor Ivan Silveira Filho, presidente do Conselho dos Pastores de Jaraguá do Sul, fez um discurso de fé e reflexão, mencionando o papel dos capelães militares e baseando-se no texto bíblico de 2 Coríntios 11.

Discursos reforçam o legado dos pracinhas

O Secretário Municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Gilberto Gesser, destacou a importância das instituições envolvidas e enalteceu a coragem e o sacrifício dos jovens combatentes. Ele ressaltou que esta foi a primeira cerimônia sem veteranos vivos, o que torna o momento ainda mais significativo.

O presidente da ANVFEB, Ivo Kretzer, resgatou a história da Praça do Expedicionário e anunciou o lançamento do livro Os Catarinas na II Guerra Mundial: Narrativas, trajetórias e memórias – FEB, ANVFEB, Museu da Paz e AAMPAZ, do historiador Ademir Pfiffer. O deputado estadual Dr. Vicente Caropreso também discursou, abordando a conjuntura geopolítica da Segunda Guerra e a importância da atuação brasileira contra o nazifascismo.

O 1º Tenente Pimentel, representando o 62º BI de ville, reafirmou o orgulho da instituição com o legado da FEB. Já o vice-prefeito João Pereira concluiu os pronunciamentos destacando o valor simbólico dos pracinhas como patrimônio histórico e reforçou que “só se sente o valor da paz quando se vive a guerra”.

Tributo final e exposição no Museu da Paz

Como encerramento simbólico, foi executada pela Banda Militar do 62º BI a Canção do Expedicionário, hino da FEB que representa o patriotismo dos combatentes brasileiros. Ao final, ecoou a saudação: Salve os nossos pracinhas! Salve o Dia da Vitória!

Também foi anunciada a exposição em cartaz no Museu da Paz (antigo Museu Expedicionário): O Brasil na Itália Ocupada – Após a vitória: a missão da FEB na reconstrução da paz, aberta ao público como forma de preservar a memória dos soldados brasileiros.

Um compromisso com a memória e a paz

A cerimônia foi oficialmente encerrada com agradecimentos ao Comando do 62º BI, ao 12º Comando Regional da PM, ao 14º BPM, às autoridades, às entidades envolvidas e aos familiares dos expedicionários. Destacou-se o papel da Prefeitura de Jaraguá do Sul, da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e do Museu da Paz na realização do evento.

A celebração dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial foi um momento de profunda reflexão sobre os valores que sustentam nossa história e sociedade. Ao recordar os feitos dos pracinhas da FEB, reforçamos o compromisso com a preservação da memória, o respeito à liberdade e a valorização da democracia.

Que a chama da memória nunca se apague

Mais do que nunca, é essencial que as novas gerações compreendam o legado de coragem dos nossos veteranos. A história dos pracinhas e sua luta pela liberdade continuam a inspirar a construção de um mundo mais justo e pacífico. Que a memória dos nossos heróis seja sempre honrada por meio de ações concretas em favor da paz.

Viva a paz. Viva a memória. Viva o Brasil.

Ademir Pfiffer

Historiador e criador de conteúdo digital para as plataformas do Kwai, Tik Tok e You Tube. Dedicado à pesquisas sobre memória e patrimônio histórico-cultural em comunidades tradicionais

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