Uso de vapes preocupa em SC: consumo de cigarros eletrônicos dispara entre adolescentes

O uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes e jovens adultos tem se tornado uma preocupação crescente em Santa Catarina. Popularmente conhecidos como “vapes” ou “pods”, o uso dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) está aumentando entre os mais jovens.

Muitas vezes comercializados com sabores doces, embalagens coloridas e aparência moderna, esses dispositivos aram a ser vistos como uma alternativa “menos nociva”, o que favorece sua aceitação social e uso recorrente. E esse cenário acende um alerta para autoridades de saúde e educadores no estado.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e o Vigitel, apesar de existir uma tendência de redução no número de fumantes em Santa Catarina, observa-se este aumento preocupante no uso de cigarros eletrônicos entre os jovens.

Importante destacar: estudos indicam que os cigarros eletrônicos contêm substâncias tóxicas, metais pesados e compostos cancerígenos. Além disso, são altamente eficazes em induzir e manter a dependência da nicotina.

Dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), em 2024, 14.444 pessoas procuraram o Sistema Único de Saúde (SUS) em Santa Catarina em busca de tratamento para deixar de fumar. Desse total, 105 eram menores de 18 anos, o que reforça a percepção de que a iniciação ao consumo de nicotina está ocorrendo cada vez mais cedo. Além disso, a faixa etária com maior incidência foi a de 18 a 60 anos, com 11.005 pacientes, seguida por 3.334 idosos com mais de 60 anos.

A adesão ao tratamento também é um ponto de atenção: dos que buscaram ajuda, apenas 7.653 aderiram efetivamente, e 5.422 conseguiram manter-se abstinentes ao fim do processo. Embora os números revelem um esforço considerável da rede pública, eles também mostram o desafio de engajamento e manutenção dos pacientes ao longo do tratamento.

>> A discussão ganhou ainda mais visibilidade nos últimos dias, devido ao Dia Mundial sem Tabaco, no último sábado, 31 de maio.

Onde buscar ajuda?

Em Santa Catarina, cerca de 84% dos municípios oferecem grupos de apoio e tratamento individualizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) também atendem pacientes que apresentam comorbidades associadas ao uso do tabaco, como ansiedade e depressão. Além disso, há atendimento especializado para pacientes internados em hospitais que implantaram o Programa Nacional de Controle do Tabagismo.

Há mais de 10 anos, Jaraguá do Sul disponibiliza gratuitamente o Programa de Combate ao Tabagismo por meio da rede pública de saúde. O serviço está ível em diversas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município e tem como objetivo oferecer apoio contínuo e estruturado para quem deseja abandonar o vício do cigarro.

O programa inclui sessões regulares ao longo de um ano, nas quais os participantes recebem orientações práticas, conteúdos educativos, dicas de autocontrole, metas de progresso e, sobretudo, contam com o estímulo do grupo por meio da troca de experiências entre os usuários.

Antes de iniciar os encontros, todos os interessados am por uma avaliação individualizada, que analisa o histórico de tabagismo, o grau de dependência e a eventual necessidade de tratamento medicamentoso, conforme o perfil clínico de cada paciente.

Para saber como participar ou tirar dúvidas, basta entrar em contato com o posto de saúde do seu bairro.

Como isso impacta sua vida?

O aumento do uso de cigarros eletrônicos entre os jovens em Santa Catarina representa um desafio significativo para a saúde pública. É fundamental que pais, educadores e profissionais de saúde estejam atentos a essa tendência e atuem de forma preventiva. Buscar informações, promover diálogos abertos sobre os riscos e incentivar o o a programas de cessação do tabagismo são os essenciais para proteger as futuras gerações.